23 abril 2016

LIVRO - NUNCA É TARDE



Doutor Alberto era um grande empresário, um homem muito respeitado perante á sociedade, sua história chega a ser de superação, um homem que quebrou barreiras e deixou uma infância pobre para obter muitas riquezas, se tornando um homem de negócios, mas junto com suas riquezas ele obteve um novo caráter, não era mais aquela criança doce e encantadora, se tornou um Deus, um homem muito arrogante e severo, virou um ser humano amargo e robótico, estava sempre ocupado, por isso ao invés de presentear seus filhos com amor e carinho, os presenteava somente no campo material e havia se esquecido de presentear seus filhos no campo emocional. Seus filhos eram muito unidos, mas estavam seguindo o exemplo do pai, tornando-se arrogantes e amargos. Alberto então decidiu treinar seus filhos para assumir o seu lugar, e desde então as coisas só pioravam. João e Vitor eram péssimos lideres e tratavam mal a todos.
                 Alberto não contava com o fato de que a vida dá muitas voltas, e o prepararia uma surpresa muito desagradável. Em um exame médico foi encontrada uma grave doença, e o médico após muitos exames constataram que infelizmente Alberto só teria mais dois meses de vida. Aquele grande homem severo, poderoso e muito rico se transformou em uma frágil criança; percebeu que a morte nos humaniza, já não sabia o que dizer, nem ao menos o que deveria fazer, seu mundo desmoronou. Era um homem de apenas 55 anos, muito jovem para partir desta vida, mais devido ao estresse, seus pensamentos mórbidos e uma vida dedicada somente ao trabalho, sua doença se agravou. Foi justamente nessa hora que ele percebeu que nem todo dinheiro e poder do mundo traria sua saúde de volta, muito menos compraria a felicidade de ver seus filhos assumindo a empresa, se casando e lhe dando netos, nunca compraria paz no coração. Alberto então decidiu fazer uma viagem e nesses dois meses iria refletir sobre sua vida. Deixou seus filhos responsáveis pela empresa, disse que precisava de umas férias e que viajaria pelo mundo; ele não teve coragem de dizer a verdade.
                 No dia de sua morte, João e Vitor foram comunicados, o advogado além de ser responsável pela notícia, recebeu outra missão de seu cliente Alberto e disse: João e Vítor seu pai me deixou responsável por dividir entre vocês toda a riqueza que ele acumulou durante toda sua vida, ele me confidenciou que suas riquezas estão todas dentro do cofre de sua casa e vamos até lá para abri-lo e dividir entre vocês o que ele os deixou ao partir. Mas João e Vitor pareciam nem ligar para a morte do pai, havia uma intensa briga entre eles, que praticamente lutavam pela herança; os irmãos que eram tão unidos, agora estavam em pé de guerra. João pensava consigo mesmo: Já posso até imaginar, no cofre deve haver dólares, euros, muito dinheiro, escrituras de propriedades, ações de diversas empresas pelo mundo, pode até ter barras de ouro, não vejo a hora de meter a mão na grana do velho. Vítor também pensava semelhante ao irmão: Não vejo a hora que abra logo, esse cofre deve ter muita grana, o velho era muito rico e tinha muitas propriedades e sempre deu mais importância ao material do que seu lado emocional. Até mesmo os advogados já acostumados com esses casos, ficaram completamente horrorizados com suas atitudes, então finalmente decidiram abrir o cofre.
                 Foi um momento de puro suspense e muita tensão, ao abrir o cofre eles tiveram uma surpresa e um forte choque, se olharam entre si e não entenderam nada e até se perguntaram: Isso é uma piada?  No cofre só haviam fotos e recados de quando João e Vítor eram crianças, uma foto da mãe dos rapazes, algumas poesias e textos assinados por Alberto e uma coleção de livros do Doutor Augusto Cury. Além disso, havia também uma carta que dizia: "Queridos filhos que eu tanto amo e sempre amarei, primeiramente gostaria de me desculpar com vocês pelo péssimo exemplo que dei á vocês e pelo pai ausente que fui, somente agora perto de minha morte estou me humanizando, tentei dissecar o meu ser, lapidar os meus defeitos.
                 Saibam, meus filhos, que esses foram os dois meses mais intensos da minha vida, comecei somente agora perto de minha morte a descobrir que a vida é muito mais do que o nosso exterior, eu existi somente na superfície, nos meus últimos dias entendi a verdade e a essência de nossas vidas, aprendi a contemplar o belo da natureza, tudo e todos ao nosso redor. A noite eu conversava com a lua e namorava as estrelas, voei pelo lindo céu azul na asa delta da imaginação, presenciei os pássaros cantando , aprendi a dançar com alegria a valsa da vida, fiz uma viagem como nunca havia feito antes, mas desta vez não cruzei o meridiano. Por certo vocês acham que fui á Europa? Paris? Milão? Não meus filhos desta vez viajei para dentro do meu ser, visitei os vales da sombra de minha arrogância e soberba, nesta viagem aprendi a controlar minhas emoções e filtrar meus pensamentos ruins, nunca na vida agi por impulso e através do ego, comecei a me divertir com minha insensatez e minhas mazelas, percebi que uma pessoa inteligente aprende com seus erros, mas uma pessoa sábia aprende com o erro do outro, por isso aprendam com o meu erro de como não se deve ser e viver, aprendam as grandes lições da escola da vida. Só agora dissecando o meu ser percebi que eu era autoritário e rígido por ser infeliz interiormente, me vi agora como uma pessoa porco espinho: agressiva por fora e frágil por dentro.
                 A verdadeira felicidade está na simplicidade, procuramos tanto essa tal da felicidade, quando na verdade ela mora e se esconde dentro de nosso ser, nós tentamos conquistar e seduzir a felicidade através do luxo fútil exterior, mas no final todo luxo vai para o lixo; ao morrermos não levamos nada a não ser a vida que levamos e o legado que deixamos do útero ao túmulo a única coisa que realmente existiu e sempre existirá e que irá nos libertar é o amor.
                 Eu sempre me preocupei com valores econômicos e tive poucos valores de vida, me preocupava muito com o ilusório mundo exterior e esqueci o meu fantástico e libertador mundo interior. Vivemos em uma sociedade que inverte os valores, fazem do consumismo e da ignorância uma escravidão mental, desculpe-me meus filhos, pois eu sempre os presenteei com brinquedos e muitos supérfluos materiais, mais nunca os dei atenção, afeto, carinho, nunca ouvi suas histórias, suas preferências, nunca penetrei no mundo de vocês, fui um pai no piloto automático, só agora descobri que o amor se compara a uma flor: Se não cuidamos, não regamos nossos entes queridos com afeto e carinho esse amor pode murchar como uma flor sem a água da vida. Desculpe-me meus filhos se eu os decepcionei, não havia dinheiro no cofre e nem nada material, neste cofre só guardei a verdadeira riqueza de toda minha vida, vocês meus filhos, que sempre trarei no coração, e um pouco da sabedoria que obtive durante esses meus últimos dias de vida. Nunca se esqueçam: Nunca é tarde para recomeçar. Após lerem a carta, João e Vítor decidiram fazer igual ao pai, se redescobrir se reinventar ser um eterno aluno na escola da vida, iriam se humanizar e serem eles mesmos, tiraram suas máscaras sociais, e como seu pai disse: Nunca é tarde para um novo recomeço.
TRECHO DO LIVRO 

LIVRO - MADONNA DI LORENZO



MADONNA DI LORENZO é uma história de amor que hoje em dia muita gente acredita que não existe mais. Com isso, ao escrever sobre esses amores impossíveis, além da sensibilidade, o poeta precisa acreditar no amor infinito. Assim, a história torna-se mais forte em sentimentos, ainda mais quando esses são transpostos da vida real para as páginas de um livro. Quando o amor é sincero e verdadeiro, como nas Cartas Poéticas, não existe situação difícil, pois se tem fidelidade, comprometimento e parceria. Quando se ama de verdade deve existir um só coração e duas pessoas. Que bom seria se o amor pudesse ser eterno, mas sabemos que o outro lado do amor, ou a indiferença, fere na alma, quando estamos sob o domínio da inveja, que culmina na traição. Mas, para que isso nunca acontece, precisamos aprender a enxergar a alma ao corpo, pois mesmo a alma sendo “transparente” a íris é “cristalina”, as cores mais vivas, mais vibrantes e o gosto do beijo transcende o mais alto grau da subsistência.  De certo que é preciso saber amar para poder viver, para poder viver além da vida, quando daí, verdadeiramente, poderemos afirmar com a mais absoluta certeza que o amor é eterno.
ANTONIO AUGGUSTO JOÃO